segunda-feira, 19 de julho de 2010


E tu és veneno que consome. E matas-me por dentro. Sem piedade, sem dó.
Ontem eu era a Inês que ria e que dava força a quem lhe faltava. Tinha os olhos brilhantes e um sorriso contagiante. Eu sentia o mundo a meus pés, mas tu chegaste enganaste-me e roubaste-me de mim. Hoje já não sou a Inês, sou alguém num corpo frio com um coração que mal bate e estou inerte, sem forças e sem mais sorrisos.
Mas vou permanecer aqui alimentada com a dor, a mágoa e a desilusão. Com tudo isto que deixaste para mim. E tu permaneces longe alimentado com a vitória, com a ganância e com tudo. Com tudo o que levaste de mim.
E tu que roubas, e tu que consomes e tu que matas a ti chamo-te de amor. Tu que és dor. És também amor.

terça-feira, 29 de junho de 2010





À espera do momento em que vai deixar de doer.

sábado, 5 de junho de 2010

Tapo os ouvidos ao que não quero ouvir, fecho a boca para o que não quero falar e fecho os olhos para o que não quero ver.
E é assim que passo os dias sem ver, sem ouvir e sem falar. É assim que vou morrendo por dentro. É assim que me mato aos poucos e poucos, deixando que os outros tirem partes de mim, deixando feridas difíceis de sarar.
A verdade é que já não sou feliz com mais ninguém a meu lado . O mundo abusou de mim. E eu tomo decisões porque me obrigam a fazê-lo. E ainda sou julgada por fazer o que é melhor. Punida por ter coragem de fazer o que não foste capaz de fazer.
Neste mundo já não há lugar para mim. Quer dizer para mim há, só não há para os sentimentos que eu trago comigo, para as desilusões e para as mágoas com que estou feita. São enormes e ocupam tanto espaço que o mundo deixou de ter espaço para mim. E eu mais uma vez me sinto a morrer aos poucos. E é como se o próprio oxigénio me asfixiasse, é como se este mundo me matasse.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Estamos sozinhos neste Mundo.
As pessoas , as coisas, os desejos , a felicidade ..tudo é provisório.
É preciso cairmos vezes sem contas para aprendermos a levantar-nos sozinhos.  E cair faz bem. Cair e magoar-nos faz-nos bem, o que não faz bem é termos sempre alguém pronto a levantar-nos ou a curar as nossas feridas. Não faz bem habituarmo-nos a isso , à presença de «alguém» .Porque vai chegar o dia em que esse alguém se vai embora. Sim porque esse alguém é igualmente provisório.
Há alturas em que o melhor é ir embora o alguém para vir o ninguém. Mas ninguém fica para sempre.